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Estou com Dor Lombar: preciso manter-me em repouso ou posso dar continuidade às minhas atividades?

 

Atualmente, sabemos que a Dor Lombar é a principal causa de afastamento do trabalho por incapacidade no Brasil e na maioria dos países no Mundo. Estamos falando de um caso de saúde pública, visto que são gastos bilhões anualmente no seu manejo.

Na verdade, superestimamos as consequências da Dor Lombar. O alto índice de afastamentos causados pela Lombalgia deve-se pela existência de diversas crenças catastróficas e principalmente do relacionamento da dor a alguma possível lesão tecidual. E essa associação não ocorre por acaso. Na maioria das vezes, essas informações são implantadas na cabeça dos pacientes pelos próprios profissionais da saúde.

As evidências científicas desmentem essas teorias, mostrando que cerca de 50% das pessoas com 40 anos, saudáveis e ativas e sem nenhuma dor, apresentam alterações de imagem na Ressonância Magnética.

Apenas complementando, cerca de 90% das pessoas com Lombalgia aguda melhorarão dentro de 6 semanas.

Pois bem, agora fica mais fácil responder à pergunta lançada no título. Uma pesquisa de grande porte realizada há alguns anos comparou o repouso absoluto com o aconselhamento para a manutenção da rotina diária nesses pacientes com dor. Como resultado, encontramos que o grupo que manteve a vida ativa obteve melhores resultados nos quesitos dor e incapacidade, proporcionando melhores resultados clínicos e reduzindo o impacto pessoal e social da Lombalgia.

Nós, profissionais da saúde, precisamos mudar a nossa abordagem com relação a esses pacientes. A manutenção da vida ativa favorece a reabilitação. Precisamos orientá-los quanto a isso, e acima de tudo, motivá-los quanto ao respectivo tratamento, que terá sucesso na forma conservadora em aproximadamente 90% dos casos.

Fisioterapeuta Gabriel Farhat ( Gerenciamento em Dor Lombar e Cervical)

(Systematic reviews of bed rest and advice to stay active for acute low back pain)